quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Revolução Farroupilha
Buenas... Já que é para começar, vamos lá, vivente. Estamos aqui para falar de tudo o que acontece além-mar, ou seja, informar, de dois extremos do Oceano Atlântico, aquilo que está ocorrendo do lado de cá, para que chegue ao lado de lá!
E no momento, hoje, exatamente, o Rio Grande do Sul está em festa. Feriado cívico. Trata-se do 20 de Setembro. Há exatos 172 anos, o povo riograndense pegou em armas e revoltou-se contra o então Império Brasileiro. Sob o comando de Bento Gonçalves da Silva, um grupo de gaúchos da região sul do estado, a região mais desenvolvida daquela época, iniciou um protesto contra os governantes que acabou culminando numa revolução e na proclamação da República Rio-Grandense, já no ano seguinte.
A verdadeira história da revolução (dentro do que é possível tentarmos definir como "verdadeira") mostra que os rebeldes do início eram os ricos estancieiros, criadores de gado e proprietários de fazendas de charque (carne conservada em sal), as charqueadas. Acontece que por aqueles idos de 1835, o Império Brasileiro, representado por Dom Pedro II, ainda imberbe, na prática governado por regentes eleitos junto à corte, aumentava significativamente as taxas sobre o charque gaúcho. Enquanto isso, o charque platino, oriundo dos países vizinhos (República Argentina e República Oriental del Uruguay, situados às margens do Río de la Plata), ingressava no Brasil com preço inferior ao praticado pelos gaúchos. Portanto, nenhuma novidade na América Latina de 172 atrás, governada por corruptos e liderada por ricos estancieiros (hoje, industriais).
Apesar dos interesses particulares de um pequeno grupo de fazendeiros-latifundiários-escravagistas-comerciantes, a revolução teve seu lado positivo (incrível termos visões positivas de uma guerra. não?) que foi a união do povo gaúcho em torno de suas culturas e tradições, dos seus brios e valentias. Foram 10 anos de batalhas pelo solo gaúcho e catarinense, onde republicanos e imperiais se enfrentaram em pelo menos 118 ocasiões "oficiais". E mesmo com contingente bastante maior, os imperiais necessitaram de 10 anos para neutralizar a força que brotou desse chão. Reforçado por índios e escravos, os farroupilhas mostraram todo seu poder agregador (através de promessas de libertação de escravos negros, por exemplo, idéia nunca imaginada antes nessas paragens e bastante controversa entre os próprios revolucionários. Bento Gonçalves dispunha de um escravo particular para afeitá-lo nos acampamentos) e força tática e física, para incomodar (e muito) o poder central do império.
Mas hoje, após estes 172 anos, o gaúcho do Rio Grande aprendeu a unir-se, apesar de suas históricas polarizações. Sejamos maragatos ou chimangos, direitistas ou esquerdistas e até mesmo gremistas ou colorados, o fato é que o Rio Grande do Sul tem um só povo, unido em ideais e tradições. Até mesmo a Leal e valerosa cidade de Pôrto Alegre, honra recebida pelo próprio imperador Dom Pedro II, por nunca ter sido infiel ao império nos 10 anos de guerra, é idolatrada nas comemorações farroupilhas. A sempre resistente cidade manteve-se ao lado do império e hoje é o centro das comemorações que marcam anualmente esta terra maravilhosa.
Podemos não ter tido o êxito premeditado (nem tão premeditado assim) de criar um novo país. Mas, com certeza, uma nova nação originou-se daqueles anos tristes e duros de guerra, onde um bravo e heróico povo surgiu das chagas deixadas pela Revolução Farroupilha. Foi ali que começamos a conhecer o gaúcho riograndense, que difundiu seus hábitos (churrasco de carne gorda e um bom mate), suas culturas, seus princípios morais e justos.
Um viva à Revolução Farroupilha, à República Rio Grandense, ao 20 de Setembro e 1835 e ao povo gaúcho, tchê!
Marcadores:
gaúcho,
Porto Alegre,
povo,
Revolução Farroupilha,
Rio Grande do Sul
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
essa revolução só previa interesse de burgueses da época, promessas de libertação de escravos, lógico, depois destes derramarem seu sangue por uma causa que, nem sabiam quais eram as razoes... a não ser aqueles escravos que eram educados por seus senhores de raça "branca" diferente do resto da nação, e digo, antes tivessem conseguido, assim nos deixaria livre de um fardo que é esse RS, nem contribui tanto assim, tem um PIB que não sustentaria nem o próprio estado e seus moradores, antes tivessem se juntado a Argentina ou Uruguai, penso que são muito mais parecidos com eles do que com o Brasil em si...
RESUMINDO, REVOLUÇÃO DE MERDA!!!
Postar um comentário