sábado, 23 de agosto de 2008

Olimpíada 2008 - Beijing (Pequim)

Mais uma edição dos Jogos Olímpicos. E mais uma vez o Brasil decepciona como país, como conjunto, como nação. Dentre 190 milhões de habitantes, o número de medalhas conquistadas chega a ser inexpressivo.

Claro que as conquistas de Cesar Cielo e Maurren Maggi podem me contradizer. São duas meldalhas de ouro conquistadas por brasileiros, por dignos representantes da maior nação latino-americana.

Mas não! São a comprovação de que apenas o talento nato somado a investimento pode levar atletas ao topo. Assim como Joaquim Cruz, Ricardo Prado, Aurélio Miguel, Gustavo Borges, Fernando Scherer, Gustavo Kuerten (este não conquistou nada olímpico), João Derly (também não teve conquista olímpica) e Daiane dos Santos (também fora dos pódios olímpicos), para ficar em alguns exemplos dos útlimos 25 anos, obtiveram suas conquistas por méritos individuais. Nunca, jamais tiveram apoio governamental para uma competição, salvo após a primeira aparição pública. Quem sabia que Guga estava disputando o torneio de Roland Garros antes da sua primeira final? Quem conhecia Aurélio Miguel antes de Seul? João Derly só surgiu para o país quando conquistou seu primeiro mundial de judô. Antes, era um anônimo qualquer.

Não cito aqui Rodrigo Pessoa, Robert Scheidt ou os irmãos Grael, pois seus esportes são sabidamente caros, distintos do resto.

Mas insisto na falta de incentivo ao esporte no Brasil. Nem mesmo o futebol, paixão nacional, recebe incentivos ou formação. Segue-se trabalhando em cima dos talentos individuais, sem treinar ou ensinar fundamentos aos atletas. Quem nasce com o dom tem chances. Os outros, nunca terão a oportunidade de sequer descobrir qual é o seu esporte, tal qual Daiane dos Santos fora descoberta numa pracinha de brinquedos de Porto Alegre.

Assim, o futuro olímpico do Brasil segue nas divinas mãos do destino, enquanto os governos federal, estaduais e municipais ficam apenas colhendo os frutos dos talentos natos e explorando suas imagens futuras.

Será que a Olimpíada de 2016, com probabilidades de ser disputada no Rio de Janeiro, verá brasileiros com chances de pódio? Ou conquituaremos dependendo da sorte de poucos para galgar posições no quadro de medalhas?

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